“Por Alegre: para onde vamos?” foi o tema abordado pelo vereador Ramiro Rosário (PSDB) em reunião-almoço da Associação dos Amigos do Bairro Anchieta (Adaba)
“Por Alegre: para onde vamos?” Este foi o título da palestra do vereador Ramiro Rosário (PSDB) em reunião-almoço da Associação dos Amigos do Bairro Anchieta (Adaba), no dia 28 de abril, na Federasul. Hamilton Mancuso Junior, vice-presidente da Adaba, explicou que convidou Ramiro pelo seu trabalho em favor da Capital, especialmente à região Norte, tanto como secretário como vereador. “O Ramiro sempre esteve próximo, nos ouvindo e resolvendo nossos problemas. Agora, queremos saber como ele vê o futuro da nossa cidade”, disse, ao abrir o evento.
O vereador começou citando o filósofo Heródoto, que dizia ser preciso pensar o passado para compreender o presente e assim idealizar o futuro. “Nossa gestão assumiu a prefeitura endividada, com obras paradas, escândalos de corrupção e uma carência gigantesca de serviços públicos (zeladoria) e de infraestrutura”, lembrou. “Literalmente, era tudo mato. Tivemos de começar do zero e com dívidas”, pontou.
Como secretário de Serviços Urbanos, Ramiro deixou um legado para a cidade: incorporação dos serviços pluviais do DEP ao Dmae; a PPP da Iluminação Pública; aumento das podas e supressões de árvores; aumento da varrição de ruas e avenidas; acréscimo da capacidade de bombeamento das casas de bombas; manutenção dos equipamentos de parques e praças; incremento da capina em praças e ruas; e inovações como pagamento de serviços por produtividade e colocação de GPS nas equipes de capina e limpeza da cidade. “Arrumamos a casa e criamos condições estruturais para que Porto Alegre fosse e continue sendo bem cuidada”, afirmou.
DO VERMELHO AO AZUL Ramiro também elencou as diversas medidas de gestão tomadas pela administração passada, comandada pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior, para reverter a falência das contas públicas. O resultado veio no final do governo: o déficit passou de R$ 347,9 milhões em 2016 para um superávit de R$ 296,3 milhões em 2020. “O ajuste alcançou R$ 644 milhões em quatro anos, 10% da receita corrente líquida no período”, apontou o vereador, acrescentando que, de forma histórica, as receitas passaram a crescer mais do que as despesas. A melhora das finanças da Capital se refletiu na Capacidade de Pagamento (CAPAG), metodologia criada pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para avaliar a capacidade de pagamento das prefeituras que pretendem contrair empréstimos com garantia da União: as notas passaram de “C” em 2016 para “A” em 2020. A análise do economista especialista em fianças de Porto Alegre, Darcy Francisco Carvalho dos Santos, foi citada pelo vereador: “O atual prefeito está fazendo uma boa gestão. No entanto, a boa gestão atual, certamente, não poderia ser boa, se as contas públicas estivessem desajustadas como antes. A gestão anterior fez o que é mais difícil na administração pública, que é o ajuste fiscal, feito, geralmente, para o sucessor usufruir, visto que quem faz ajuste geralmente não se reelege”. O vereador destacou que o marco da gestão passada foi a realização das primeiras concessões e parcerias público-privadas (PPPs) da histórica de Porto Alegre. Foram lançados oito editais, sendo cinco concluídos: PPP da Iluminação Pública; Relógios de Rua; Toponímicos (Placas de Rua); Araújo Vianna e Túlio Piva; e o Parque Harmonia e Trecho 1 da Orla. O edital das Paradas de Ônibus ficou estruturado, assim como do Mercado Público e do Trecho 2 da Orla, esses dois últimos cancelados pela atual administração. FUTURO PROMISSOR Por tudo isso, Ramiro disse que voltou a acreditar no futuro de Porto Alegre. “Vi na prática que, apesar das imensas dificuldades da máquina pública, é possível fazer se houver foco, austeridade, criatividade e parceria com quem quer colaborar e empreender”, disse ele. “Com transparência, comunicamos a realidade e implementamos uma reconstrução financeira, ética e gerencial da Prefeitura. Aprovamos reformas estruturais que nos deram equilíbrio financeiro. Cuidamos das pessoas (escolhendo investir em áreas essenciais). Criamos as condições estruturais para cuidar bem da cidade. Equilibramos as contas, saindo do vermelho para o azul. Inauguramos as parcerias e as concessões com a iniciativa privada. Mas a maior herança deixada pela nossa gestão foi a criação de um ambiente favorável aos investidores”, ressaltou Ramiro. A Porto Alegre do futuro, salientou o vereador, será inovadora, amiga do investidor e um polo de saúde, educação, eventos e turismo. “Todos os anos, 6 milhões de pessoas desembarcam no aeroporto Salvado Filho a caminho da serra gaúcha. Se apenas 20% desses turistas ficarem uma só noite na Capital, vamos atrair meio bilhão de reais para a cidade”, calculou. Com imagens, Ramiro apontou como a Capital atrairá os turistas cada vez mais, com um novo Cais Mauá e Usina do Gasômetro, que se unirão ao Cais Embarcadero e aos trechos 1, 2 (ainda em fase de planejamento) e 3 da orla do Guaíba. Em direção ao bairro, até o final do ano estará pronto o Pontal do Estaleiro com parque público. Outras possibilidades são o novo complexo Beira-Rio e o espaço em frente ao BarraShoppingSul. Por fim, Ramiro citou o Centro Histórico revitalizado e os novos investimentos que chegam ao 4º Distrito como quebra de paradigmas para o desenvolvimento da Capital. SEVERO DULLIUS Depois da palestra, Ramiro respondeu perguntas dos empresários presentes na reunião-almoço. Sobre a obra da avenida Severo Dullius, na Zona Norte, o vereador disse que as obras estão 80% de execução. O prolongamento da região do Aeroporto Salgado Filho até a avenida Sertório, com dois quilômetros de extensão e investimento de R$ 77,9 milhões, deve estar concluída até o final do ano. O vereador acolheu demandas dos presentes para encaminhar à prefeitura e ao governo estadual.
Texto: Orestes de Andrade Jr. (reg. prof. 10.241)
Comentarios