Comunidade do Morro da Cruz receberá a primeira ação do Poa Criativa no dia 29 de novembro
A economia criativa ganhou um programa inédito em Porto Alegre. Uma das prioridades do trabalho do vereador Ramiro Rosário (PSDB), o tema está recebendo a atenção devida da Prefeitura, que lançou, nesta quinta-feira, 14, o primeiro programa transversal do município. A iniciativa foi criada pela Diretoria de Economia Criativa, gerida por Evandro Hazzi, na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SMDET). O POA Criativa foi apresentado pelo prefeito Sebastião Melo no Nau Live Spaces, no coração do 4º Distrito. Recém chegado de uma missão à Espanha, Melo destacou o potencial da cidade em criar novas realidades. “A inovação e a economia criativa são os pilares de uma sociedade que deseja evoluir e ter desenvolvimento social e econômico. Nosso governo precisa ser facilitador, e essa iniciativa é o símbolo da soma de esforços para juntos criarmos novas oportunidades de transformação para Porto Alegre”, disse o prefeito. Ramiro Rosário falou em nome dos vereadores presentes e na condição de presidente da Frente Parlamentar do 4º Distrito. Ele disse que é simbólico que os antigos gondoleiros, que foram testemunhas de uma região pujante, o berço do desenvolvimento da cidade, sejam hoje os guardiões de uma iniciativa que busca um novo desenvolvimento da Capital. A alusão feita pelo vereador refere-se à sede escolhida para o lançamento do Poa Criativa. O prédio da S.C. Gondoleiros, sociedade fundada em 1915 por italianos no bairro São Geraldo, é hoje o Nau, um moderno coworking, que se posiciona como hub de inovação e empreendedorismo. O POA Criativa irá até as comunidades de Porto Alegre para levar qualificação e orientação a quem deseja empreender no segmento. A primeira ação do projeto será no dia 29 de novembro, no Morro da Cruz, quando uma kombi fará oficinas aos moradores e entregará uma cartilha com todas as informações sobre o programa e empreendedorismo. “Além do diagnóstico, o que mais chama a atenção nesse programa são as ações práticas. A Kombi é uma ideia extraordinária, porque leva até a ponta, até o cidadão, as ações do poder público e as ferramentas para as pessoas transformarem a sua vida e da sociedade”, comentou Ramiro. Morador e integrante da Associação de Moradores do Morro da Cruz, Michel Couto lembrou que, pra ele, economia criativa era quando sua mãe empregada doméstica ao receber a orientação de seus patrões para só comprar coxa e sobrecoxa, adquiria o frango inteiro, que era mais barato, e aproveitava as partes desprezadas pelos seus chefes para alimentar a sua família. “Nas comunidades, todos são mestres em economia criativa tradicional, que é sempre fazer o pouco dinheiro disponível render o máximo possível. Mas agora vamos ter a possibilidade de ir além, de pensar atividades inovadoras, aproveitando as ideias e os talentos das periferias da cidade”, destaca. Ouvindo Michel Couto, Ramiro disse que “o fomento à economia criativa vai mexer com o sonho de muitas pessoas, que têm ideias diferentes, que pensam fora da caixa, e não se enquadram no mercado tradicional”. “É por isso que esse programa é tão importante”, salientou o vereador. COMITÊ A economia criativa representa 13,9% do total de empreendimentos existentes na cidade e 11,9% dos empregos formais da Capital, segundo dados do Departamento de Economia e Estatística do Estado e do Cadastro Central de Empresas (Cempre). Coordenado pela SMDET, o POA Criativa conta ainda com a participação das secretarias de Cultura e Inovação. “O compromisso da prefeitura é com o desenvolvimento econômico de Porto Alegre. Por isso, unimos forças para levar a cultura da economia criativa a todas as regiões da cidade, além de estimular a geração de conhecimento e o mercado de produtos e serviços”, ressaltou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rodrigo Lorenzoni. Durante o evento, foi assinada a criação do Comitê Municipal de Economia Criativa, coordenado pela SMDET. O grupo será formado por membros dos eixos que compõem os diferentes segmentos, agentes de governo, de fomento e da academia que interagem, direta ou indiretamente, com estas representações. O comitê será responsável por estabelecer diretrizes para o desenvolvimento de atividades, além de promover em conjunto políticas públicas para o fomento do setor.
Texto: Orestes de Andrade Jr. (reg. prof. 10.241)
Kommentare