Por Ramiro Rosário, vereador em Porto Alegre
Fomos pegos, nem tão de surpresa assim, com a notícia de que a Heineken, entre outras marcas tradicionais de cerveja no sul do país, está em falta no mercado justamente no período de férias de verão, quando o consumo aumenta consideravelmente. O motivo não é a falta das bebidas em si, mas do alumínio e do vidro, essenciais para a produção de garrafas e latinhas. A situação poderia ser pior se nosso Estado não fosse referência em produção de cerveja artesanal e outras alternativas.
Com o distanciamento social e o fechamento de setores do comércio e indústria, as empresas pararam de comprar insumos para os recipientes, como vidro, e as indústrias tiveram que, literalmente, quebrar garrafas, por não ter a quem vender. O que sobra nas fábricas atualmente são as garrafas retornáveis, mais utilizadas por bares e restaurantes, que estiveram fechados na pandemia. Em suma, temos um ciclo de desperdício, limitado pelo foco do mercado gaúcho em marcas e métodos tradicionais, enquanto um leque de opções se mostra à nossa frente, para quem estiver disposto a pensar pela ótica do livre mercado.
Porto Alegre é a maior produtora de cerveja artesanal do país. No 4º Distrito, temos várias microcervejarias que trabalham com a categoria “growler”. Trata-se de uma garrafa em formato personalizado, produzida em vidro, alumínio ou cerâmica (não fica refém das formas convencionais), a qual o próprio consumidor adquire e usa para consumir sua cerveja no local, ou mesmo levar para casa. Até do ponto de vista sanitário é positivo, pois a garrafa é utilizada apenas pelo usuário, e ele fica responsável pelos cuidados com higienização. Distrito Brew Pub e 4 Beer - Cerveja & Cultura são exemplos de microcervejarias que trabalham com growlers.
Quando atuei na Secretaria de Serviços Urbanos, contribui para a formatação de um tour cervejeiro. A atração levava turistas e porto-alegrenses apreciadores de cervejas ou com sede de história para conhecer as microcervejarias do 4º Distrito e do bairro Anchieta. Fomentar o conhecimento e o desenvolvimento do setor é uma grande aposta para a nossa cidade.
Não é por falta de opção, seja de bebidas ou de garrafas, que os consumidores ficarão sem cerveja no período de férias e altas temperaturas. Liberdade para empreender é um dos focos do nosso mandato, por isso, temos um projeto tramitando na Câmara de Vereadores, para liberar a atividade dos chamados BeerTrucks, facilitando até o acesso para os consumidores em locais onde hoje não podem estar e com a utilização de copos plásticos ou próprios. O livre mercado é a melhor resposta para auxiliar na recuperação e no desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul. É no que acreditamos e como seguimos trabalhando – e celebramos a isso com uma boa cerveja!
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