A busca por soluções viáveis para os 307 focos de lixo crônicos existentes na Capital reuniu, na tarde desta sexta-feira, 29, mais de 60 pessoas do setor público, universidades, empresas e outras instituições. A atividade, que fez parte da Semana de Aniversário de Porto Alegre e do Pacto Alegre, foi a primeira Oficina sobre “Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana”, organizada pela prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSurb) e o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), pela Aliança pela Inovação e pelo Zispoa. O evento ocorreu na UFO HUB Space Plaza (Auditório Andromeda – av. Alberto Bins, 514). “Como saímos destes problemas? Temos muita gente boa que quer trabalhar em conjunto, então vamos buscar soluções inovadoras”, provocou o coordenador do Pacto Alegre, diretor da Escola de Engenharia da UFRGS Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, no início do evento. O objetivo é de que nas próximas semanas aconteçam novos encontros, a fim de aprofundar os temas levantados. Entre as soluções encontradas pelos participantes, foram elencadas a necessidade de aprofundar o entendimento do problema, envolvendo ainda mais as comunidades atingidas, e incrementar ações, especialmente, de educação ambiental, que já são realizadas pelo DMLU. Nos pontos a serem atingidos, estão: prevenir a formação dos focos de lixo, eliminar os existentes, sustentar os locais limpos e impedir que migrem de local. “Não há ideias perdidas, todas são bem-vindas na tentativa de encontrarmos soluções reais, que possam ser praticadas em curto espaço de tempo. A nós da prefeitura interessa eliminar os focos de lixo, mas também prevenir que eles se formem. Neste sentido, as discussões foram e serão muito importantes para que possamos propagar este sentimento de comunidade, mostrando que não só o poder público é responsável pelo que acontece na cidade e, sim, toda a sociedade”, afirma o secretário Ramiro Rosário. “O evento proporcionou que o corpo técnico do DMLU escutasse também o mundo acadêmico e de instituições que avaliam de forma isenta aquilo que vivemos diariamente”, disse o diretor-geral do Departamento, René Machado de Souza. Para o engenheiro de produção da Cooperativa Mãos Verdes, Felipe Goulart da Silva, participar da oficina trouxe a possibilidade de poder contribuir com soluções para a cidade, tendo em vista que trabalha diariamente com a questão de resíduos, e sair com a ideia de que esta discussão deve abranger ainda mais pessoas. Na oportunidade, o titular da pasta de Serviços Urbanos apresentou dados sobre os serviços prestados pelo DMLU, desde a geração do resíduo, passando pela coleta e transporte, até a reciclagem e aterro. Conforme Rosário, são cerca de 20 contratos referentes à limpeza urbana, que custam mais de R$ 15 milhões por mês aos cofres municipais, sendo R$ 1,3 milhão destinado apenas para o recolhimento dos focos de lixo. Porto Alegre recicla menos de 20% do lixo que gera, sendo que em 2018, recolheu 499 mil toneladas de resíduos. Na coleta domiciliar, por exemplo, das 27 mil toneladas mensais, 23% (equivalente a 260 toneladas/dia) teria potencial reciclável e é enviada ao aterro sanitário, ao custo de R$ 37 milhões ao ano. Já nos contêineres de orgânicos e rejeito, são depositadas mais de 52 toneladas por dia de materiais recicláveis que poderiam ser destinados às 17 Unidades de Triagem da Capital – gerando emprego e renda para 200 famílias. Confira alguns temas discutidos: hortas comunitárias; uso da tecnologia no tratamento dos resíduos, agregando valor aos resíduos; educação e comunicação para a população; políticas públicas e legislação para facilitar o licenciamento de unidades triadoras; engajamento com lideranças comunitárias; envolvimento dos condomínios na separação do lixo; conexão entre drenagem urbana, das bocas de lixo e a disposição dos resíduos; comunicação e educação da população; descentralização das coletas especiais; e desafios comunitários e entre empresas.
Fonte: Site da Prefeitura de Porto Alegre
Texto de: Rafaela Redin Foto: Cristine Rochol/PMPA