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Foto do escritorFábio Born

Liberado o trânsito de veículos na trincheira da Av. Cristóvão Colombo


Texto de GaúchaZH:

Planejada para estar pronta antes da Copa de 2014, iniciada apenas após o Mundial e paralisada por dois anos, a Trincheira da Cristóvão Colombo finalmente foi liberada para veículos. Às 15h32min desta terça-feira (19), os cavaletes e cones que bloqueavam o trânsito na zona norte de Porto Alegre foram retirados pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), medida possível graças à união da comunidade, e os primeiros carros puderam passaram pelo local, no sentido centro-bairro.

O empresário Eduardo Estima, responsável pela mobilização, conta que o apoio surgiu a partir de uma provocação.

– Um amigo postou (nas redes sociais) uma foto da obra inacabada, e outros amigos começaram a criticar, que não terminava, críticas normais. Resolvi provocar o pessoal numa sexta-feira, 1º de dezembro. Peguei aquela foto e disse: "Em vez de reclamar, quem sabe a gente ajuda?" – relata o morador do bairro Moinhos de Vento.

No mesmo dia, 14 pessoas ficaram diante do canteiro de obras com a ideia de liberar a passagem de veículos em mente. O secretário Ramiro Rosário (Serviços Urbanos) soube da iniciativa, entrou em contato com o grupo e agendou a primeira das conversas com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade (Smim).

– Ouvimos histórias dos engenheiros e pedimos: "Vamos focar na liberação". O que precisaria para liberar a avenida? As alças ficariam para depois – conta Estima, prevendo que, se dependesse de a prefeitura fazer uma nova licitação, a medida ficaria para 2020. – (Os técnicos da prefeitura) ficaram de ver o que precisaria de materiais e valores – relata. – Na segunda-feira seguinte, nos mostraram o que tinha de ser feito, foram quantificando e nos passando. Na terça-feira, tínhamos 20 caminhões e três retroescavadeiras – comemora.

Moradora de um prédio em frente à estrutura, a administradora Tuty Silva conta que, inicialmente, o grupo imaginava se tratar de uma intervenção simples, "fazer uma limpeza e abrir". O contato com a prefeitura mostrou que havia mais complexidade. As doações – e alguns serviços executados por empresas que se uniram à causa – garantiram a pavimentação de 50 metros da Cristóvão Colombo, finalização do muro de contenção da trincheira, pintura e instalação de placas de trânsito.

O contrato para a execução dos trabalhos foi assinado em agosto de 2012, mas a ordem de início foi dada somente em março de 2013 – à época, a previsão era de um ano de serviço. Os desvios no trânsito ocorreram em julho daquele ano, mas as obras tiveram começaram só depois da Copa. Em outubro de 2016, com 85% de execução, os trabalhos pararam: o consórcio formado pelas empresas EPT, Serenge e Serki desistiu da obra sob a alegação de dificuldades financeiras.

No dia 11, a comunidade assumiu os custos de mais uma etapa. Máquinas da prefeitura trabalham em uma das últimas duas alças de acesso que ainda não foram concluídas. O prazo é abril. Mesmo assim, a prefeitura mantém a intenção de fazer a licitação para finalizar a travessia, que necessita de muros, calçadas, alargamento da Cristóvão Colombo, além da sinalização definitiva.

Nesta terça, Tuty estava emocionada com a liberação de um dos trechos:

– É emocionante. A gente está há muito tempo esperando que isso ocorra. Há seis anos está interrompido. Esse grupo de empresários nos ajudou a realizar nosso sonho de arrumar isso aqui. Só tenho a agradecer. Me emociona muito – diz Tuty.

Escoltados por uma moto da EPTC, os primeiros motoristas a passarem pelo local buzinaram em comemoração.

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